Esquineiros,
Infelizmente esta postagem não será ilustrada com fotos do Poesia de Esquina de 22 de Junho -
que aconteceu no intenso frio dessa terra de muita garoa.
Não temos imagem, mas inda temos palavra.
E, como fosse uma coisa consequência e complemento da outra,
nos bastaremos com isso.
"Bobagem pouca / besteira / recíproca nula /
a gente espera / mero incidente
corrigueiro / Ser mulher
A vida inteira"
(Bobagem - Céu)
____________________________________________A ideia mesmo era falar sobre a mulher. Mas não, não só isso: que a mulher falasse sobre ela mesma.
E que o microfone pudesse, nesse dia - fora de época e moda - ressaltar vozes
e versos.
O inverno, recem-chegado, não fez distinção de sexo: homens e mulheres ficaram em casa.
Um novo formato - não pretendido, mas por necessidade, improvisado - foi posto em prática:
um sarau aberto pela primeira vez na história recente do Poesia de Esquina.
O microfone era só nosso.
E Alisson da Paz chamou o bom, velho e eterno, Drummond pra roda com:
"Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos"
Os sujeitos foram se aproximando, primeiramente, pela iniciativa e insistência (de aguda e óbvia beleza) desse moço que tem Paz no sobrenome. Depois, porque eles mesmos assim quiseram, e recitaram, compartilharam;
Sobre o parto que é ser mulher, há muitíssimo a dizer e a transformar.
E essa noite mostrou o quanto a periferia, nosso povo, tem de discutir a exclusão, o preconceito.
Nos saraus, nas esquinas, nas calçadas, dentro das casas; em todo lugar.
Queria fazer disso algo menos pessoal possível.
Mas,
porque não quero dobrar o que é quase impossível,
Eu que vos falo, Kátia Portes Leão, quero agradecer aqui,
sem palco, plateia, microfones ou esperas,
ao moço-menino-poeta-homem-Alisson:
que, ser mulher na companhia de homens mais conscientes e sensíveis em relação ao espaço, ao tempo, as distinções e as posturas, facilita e
"prazeriza" o dia, a tarde, a noite.
"São donas de casa, professoras, bailarinas
Moças operárias, prostitutas meninas
Lá do breu das brumas
Vem chegando a bandeira
Saúda o povo e pede passagem
a mulher brasileira"
Moças operárias, prostitutas meninas
Lá do breu das brumas
Vem chegando a bandeira
Saúda o povo e pede passagem
a mulher brasileira"
(Joyce)
"Pra mim,
viemos mesmo
foi de um ventre de barro transbordante de vontade
e vida
Exalando um perfume de rosas
Vermelhas gardênias
Um cheiro tropical
e uma cor
- a cor que tem o céu
de madrugada"
(Kátia Portes Leão - contoscontragotas.blogspot.com)
NÃO AO FECHAMENTO DAS OFICINAS CULTURAIS DO ESTADO, POR FAVOR SE PUDER AJUDAR, FICARIA MUITO GRATA!
ResponderExcluirhttp://navozdenos.blogspot.com/2010/06/nao-ao-fechamento-das-oficinas.html
aê galera!! foi lindo o encontro hein!!!
ResponderExcluirqueremos ver as fotos!!
beijos
clariô!
Poesia de Esquina?!
ResponderExcluirQui bixo é esse?