quarta-feira, 23 de junho de 2010

Dia FORA DE ÉPOCA da Mulher - 22 de Junho

Esquineiros,

Infelizmente esta postagem não será ilustrada com fotos do Poesia de Esquina de 22 de Junho -
que aconteceu no intenso frio dessa terra de muita garoa.

Não temos imagem, mas inda temos palavra.
E, como fosse uma coisa consequência e complemento da outra, 
nos bastaremos com isso.

"Bobagem pouca / besteira / recíproca nula /
a gente espera / mero incidente
corrigueiro / Ser mulher
A vida inteira"
(Bobagem - Céu)
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A ideia mesmo era falar sobre a mulher. Mas não, não só isso: que a mulher falasse sobre ela mesma.
E que o microfone pudesse, nesse dia - fora de época e moda - ressaltar vozes 
e versos.

O inverno, recem-chegado, não fez distinção de sexo: homens e mulheres ficaram em casa. 
Um novo formato - não pretendido, mas por necessidade, improvisado - foi posto em prática:
um sarau aberto pela primeira vez na história recente do Poesia de Esquina.

O microfone era só nosso.
E Alisson da Paz chamou o bom, velho e eterno, Drummond pra roda com:


"Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos"

Os sujeitos foram se aproximando, primeiramente, pela iniciativa e insistência (de aguda e óbvia beleza) desse moço que tem Paz no sobrenome. Depois, porque eles mesmos assim quiseram, e recitaram, compartilharam;

Sobre o parto que é ser mulher, há muitíssimo a dizer e a transformar.
E essa noite mostrou o quanto a periferia, nosso povo, tem de discutir a exclusão, o preconceito.
Nos saraus, nas esquinas, nas calçadas, dentro das casas; em todo lugar.

Queria fazer disso algo menos pessoal possível.
Mas,
porque não quero dobrar o que é quase impossível,
Eu que vos falo, Kátia Portes Leão, quero agradecer aqui,
sem palco, plateia, microfones ou esperas,
ao moço-menino-poeta-homem-Alisson:

que, ser mulher na companhia de homens mais conscientes e sensíveis em relação ao espaço, ao tempo, as distinções e as posturas, facilita e
"prazeriza" o dia, a tarde, a noite.

"São donas de casa, professoras, bailarinas
Moças operárias, prostitutas meninas
Lá do breu das brumas
Vem chegando a bandeira
Saúda o povo e pede passagem
a mulher brasileira" 




(Joyce)


"Pra mim,
viemos mesmo
foi de um ventre de barro transbordante de vontade
e vida
Exalando um perfume de rosas
Vermelhas gardênias
Um cheiro tropical
e uma cor
- a cor que tem o céu
de madrugada"

(Kátia Portes Leão - contoscontragotas.blogspot.com)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

POESIA DE ESQUINA, 22 DE JUNHO

Mais uma feira,
tem mais Poesia na/de Esquina,
VAMO?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dançando na Chuva - Poesia de Esquina, 08 de Junho

Alô, Esquineiros,
Como se pode ver no convite do post abaixo, 
os convidados do Poesia de Esquina de 08 de Junho (última terça-feira) foram: Umojá, Cia de Arte Negra Capulanas, Carlos Galdino (que infelizmente não compareceu) e Puga!

Vamos compartilhar aqui algumas fotografias produzidas pelo Guma (Valeu, rapaz!):








Umojá que faz balançar qualquer multidão, tocando em frente ao grafite feito pelo Beto em 11 de Maio no Poesia de Esquina!




As meninas 
C a p u l a n a s  fazendo arte com o Umojá



fazendo lembrar sempre o que, afinal, o nosso povo sabe fazer de bom!




Nenhum inverno resiste à dança!
MAS,
Infelizmente, uma vírgula, uma pedra
interrompeu o caminho
fez tropeçar esses pés dançantes
fez calar essas vozes tão exaustas de tantos silêncios

E o freio de ar, todo autoritário, manda o trem calar...
shiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

E quem pede silêncio, minha gente, é o que se chama de autoridade.


"Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá..." 
(Chico Buarque)

Mas, pelo menos por agora, enquanto ainda houver esquinas e terças-feiras a Poesia estará presente.
Até a próxima!


P.S.: com "a pureza da resposta das crianças", deixamos aqui a poesia de Tauana Nuspl (de 7 anos) sobre a interrupção desnecessária do evento:


("Jacaré, larga do meu pé
Deixa de ser chato
se você tem fome
Então só come o meu sapato, Jacaré
E volta pro seu mato, Jacaré")

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Poesia de Esquina - 08 de Junho!


 VEM VÊ, ô de casa, VEM VÊ!!!